terça-feira, 17 de março de 2009

Internet: medir para faturar

12/03/2009
B2B Magazine

As empresas brasileiras investiram R$ 1,5 bilhão em campanhas publicitárias na internet no ano passado, o que responde apenas por 2,7% de toda a verba direcionada a publicidade em 2008, que foi de R$ 59,7 bilhões. A televisão concentrou metade desse montante (R$ 29,8 bilhões), seguida pelos jornais (25%), revistas (9,3%), TV por assinatura (8,1%) e rádio (4,3%).
Apesar de estar na sexta colocação entre os destinatários dos recursos de publicidade, a internet já ultrapassa salas de cinema (0,7%) e outdoors (0,1%). Os dados são de um levantamento realizado pelo Ibope Monitor, que desde 2008 passou a considerar dados referentes ao universo on-line.
Foram colhidas informações dos seis principais portais do País (Globo.com, IG, MSN, Terra, Uol e Yahoo), que alcançam 91% dos internautas brasileiros. A alteração na ferramenta do Ibope visa atender os desejos dos principais portais da internet, que sempre viveram o dilema de não conseguirem vender espaços para as companhias apesar dos 51 milhões de usuários brasileiros.
Nesta quinta-feira (12/03), Jonathan Carson, presidente internacional da Nielsen Online, esteve em São Paulo no evento “Internet Sem Limites”, promovido pelo Ibope. Na ocasião, ele apontou que o quadro se inverterá. “Investimentos em mídias sociais tendem a crescer”, apontou.
Carson indicou quatro tendências globais que, consequentemente, devem afetar o mercado brasileiro e elevar os gastos com campanhas on-line. Redes sociais são uma delas. “Há dez anos, pessoas conversando em salas de bate-papo era uma atividade esquisita”, comentou.
Em pesquisa divulgada esta semana, a Nielsen aponta que dois terços dos internautas no mundo utilizam redes sociais e ficam em média 10% do tempo on-line nesse sites. Destaque para o Brasil, campeão de acesso e permanência. Cerca de 80% dos internautas daqui utilizam Orkut e outras redes, permanecendo até um quarto do tempo nelas.
“Alguns desses sites não têm sido bem sucedidos em se monetizar”, observou Carson. “Nos próximos dois anos, vamos tentar encontrar modelos para capitalizar essas redes com publicidade”, completou.
Outras tendênciasAlém das redes sociais, outra aposta são os vídeos por internet. Nos Estados Unidos, a Nielsen descobriu que 76% dos norte-americanos Youtube e outros sites. O período de maior utilização é entre as 09 e 17 horas, quando a maior parte das pessoas está no trabalho. “É um novo horário nobre”, disse Carson, argumentando que isso pode causar um impacto no mercado publicitário pois até então imaginava-se que esse era um horário impossível para atingir o público.
Apesar do fortalecimento da transmissão de vídeos via internet, isso não deve afetar as emissoras de televisão. O uso simultâneo de vários meios é outra tendência mostrada por ele. E, para finalizar, o uso da internet móvel. No Brasil, apontou Carson, os celulares devem impulsionar o acesso de camadas mais pobres da população à rede.
Apesar das dúvidas que pairam sobre publicidade na internet, Carson aconselha: “É lógico que você tem que fazer algumas apostas, mas é um bom momento para experimentar”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário