quinta-feira, 12 de março de 2009

Cinco influências de Darwin na tecnologia 12/02/2009 | Folha Online

As influências de Charles Darwin sobre o pensamento científico não se restringem apenas à biologia ou mesmo às ciências sociais. Seu legado também foi inspiração para ferramentas que, até hoje, têm importância no desenvolvimento tecnológico. Segundo o site Techradar, que fez uma lista para explicar essas referência darwinianas, "cada nova aplicação refuta a ideia de que a evolução não pode ser provada, ou que não pode ser testada; são provas inequívocas da ação da evolução e da continuidade do poder das ideias de Darwin." Entenda, abaixo, as principais influências de Darwin sobre a tecnologia.

Algoritmos genéticos

Por volta de 1950, quando computadores já se tornavam rápidos o suficiente para gerar resultados úteis, a evolução da informática inspirou o desenvolvimento de uma nova fórmula de "raciocínio" para as máquinas. O algoritmo genético trabalha por um viés semelhante ao da seleção natural. Em síntese, um grupo de possíveis soluções é gerado aleatoriamente para o problema apresentado. As soluções mais bem-sucedidas são escolhidas reproduzidas, enquanto aquelas que não se saem bem são separadas e descartadas. Isso se revelou um ótimo caminho para resolver problemas difíceis ou criar soluções inteiramente originais. As aplicações foram variadas desde inventários de estoques até videogames.

Design de videogames

A influência do cientista britânico nos games está na década de 60: um dos muitos programas de elaboração de jogos levava o nome de Darwin, que consistia em fazer com que programas vitoriosos se autocopiassem na memória vaga. Parece pouco, mas ele foi inspiração para, mais tarde, outro tipo de programação mais influente: o "Core War", que possui muitas semelhanças com vírus de computadores, devido à capacidade de se multiplicar. O programa desenvolveu jogos sofisticados com estratégias e contra-estratégias. Recentemente, as influências de Darwin aparecem em games como o "Spore", que simula estágios da evolução de uma espécie e foi eleito pela revista norte-americana "Time" como uma das melhores invenções de 2008. Outra influência aparece em técnicas usadas para a geração de mundos virtuais, como no jogo "Creatures". Enquanto "Spore" não tem a precisão científica da teoria da evolução, o "Creatures" é deliberadamente modelado na reprodução biológica.

Robótica
A programação de robôs para o uso em tarefas é frequentemente demorada, suscetível a erros de processo. Quando o autômato passa por mudanças físicas ou atualizações, requer reprogramação. Evolução das espécies é uma das premissas para a criação de androides na Inglaterra Isso exige robôs hábeis para adaptação por desenvolvimento de novos controles. Na Escola de Engenharia da Universidade Robert Gordon, na Inglaterra, as premissas evolutivas são o parâmetro de construção de androides. "A pesquisa [em robótica] é inspirada pela evolução dos animais, das estruturas mais simples aos organismos mais complexos, durante períodos evolutivos ao longo do tempo. Se você quer desenvolver um robô complexo, por que não usar a mesma rota da biologia?", diz Sethuraman Muthuraman, responsável pela pesquisa.

Engenharia
Segundo o site NewScientist, uma simulação digital da seleção natural, baseada em computadores ligados à internet, testa cada circuito eletrônico para identificar os que estão mais perto de produzir o desempenho desejado. Pela internet, os computadores enviam informações sobre os melhores projetos, que são combinados --uma simulação da reprodução sexual-- para produzir uma "população" com capacidade maior de mutação. Assim, o processo de seleção recomeça sobre ela.

Produção em massa e aeroespaço

A fabricante sueca de automóveis Volvo usou um programa de evolução para planejar trabalhos de fabricação complexa, reduzindo o tempo de criação do planejamento de quatro dias a uma semana para apenas um dia. Na Escócia, um programa similar foi usado para administrar o estoque e suprimento de 7 milhões de barris de uísque --um trabalho que, normalmente, envolve cinco pessoas. Para completar, um software baseado em algoritmos genéticos auxilia a manutenção do tráfego no sistema de controle aéreo dos EUA.

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